A aula teria como início a continuação das apresentações das famílias
dos colegas que não conseguiram apresentar na última Segunda. Dessa vez eles
contavam com o auxílio do Lençol para ajudá-los na explicação.
Eu estava envergonhada. Havia tantas pessoas com lençóis bonitos e, o
meu lá, mal feito.
Não que tivesse sido feito de qualquer forma, mas, eu não tenho talento
pra essas coisas... Eu não sei desenhar, e logo assim, o meu lençol não ficou o
dos melhores. Pra dar um ponto final nele, minutos antes de eu entrar na sala,
eu o coloquei na bolsa da minha colega, que ao entrar na sala, percebeu que
dentro da tal bolsa tinha refrigerante e que ele havia derramado todinho no meu
lençol.
Escondi o tal lençol dos olhos dos meus colegas. Não acredito que a
minha família estava representada naquilo.
Wlad separou-nos dos que ainda não haviam apresentado e mandou-nos olhar
e perceber detalhes das apresentações, ficarmos atentos a tudo.
Ajeitei-me no chão e comecei a prestar atenção no que eles falavam.
Histórias hilárias, outras nem tanto... Olhos emocionados, outros nem
tanto. A diferença era imensa. É incrível como um ser humano é capaz de se
diferenciar de forma absurda e como ele pode conter um mar de histórias e vivências.
Eu nunca houvera percebido isso. Que cada pessoa que passa ao meu lado
tem uma história de vida. Tem seus choros e risos. E isso me fez abrir os olhos
para os desconhecidos.
Essa aula serviu para eu aprimorar a paciência da escuta, ser mais
detalhista com os outros e não julgar suas histórias. Definitivamente, esse
curso está me preparando para ser muito mais do que uma professora de Teatro.
Está me transformando para ser um humano melhor.
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